
Erickson
Estádios psicossociais:
· Confiança vs Desconfiança (0-18 meses): a criança vai aprender o que é ter ou não confiança, está relacionado com a interacção do bebé com a mãe.
· Autonomia vs Dúvida e Vergonha (18 meses-3 anos): dominado pela contradição entre a autonomia, o exercício de uma vontade própria e o controlo sobre o meio e o seu versus negativo constituído por duvida e vergonha de se expor demasiado quando ainda se é tão dependente. A criança precisa experimentar e sentir-se protegida no processo de autonomização.
· Iniciativa vs Culpa (3-6 anos): as crianças estão interessadas pelas diferenças sexuais e têm um ego que se relaciona com os outros de forma muito intrusiva. A culpa é descrita como internalizada.
· Indústria vs Inferioridade (6-12 anos): grande número de experiências (versus positivo); versus negativo à sentimento de inferioridade e inadequação que lhe advém de não se sentir segura nem reconhecida no seu papel dentro do grupo social a que pertence.
· Identidade vs Difusão/Confusão (12-18/20 anos): vertente positiva à o adolescente vai adquirir uma identidade psicossocial. É aqui que os adolescentes exploram/ ensaiam vários estatutos e papéis sociais. Embora a construção da identidade se realize ao longo do ciclo de vida, constitui uma tarefa específica desta idade. Vertente negativa à confusão de quem ainda não se encontrou e tem dificuldade em escolher. É na parte final da adolescência que se obtém uma “identidade realizada”. A grande virtude, é a fidelidade.
· Intimidade vs Isolamento (18/20-30 e tal anos): Poderá criar relações de intimidade com os outros. A vertente negativa é o isolamento de quem não consegue partilhar afectos com intimidade nas relações privilegiadas.
· Generatividade vs Estagnação (30-60 e tal anos): A generatividade é a fase de afirmação pessoal e de desenvolvimento das potencialidades do ego. A pessoa sente-se madura para transmitir mensagens à geração vindoura à versus positivo. Versus negativo à centração nos interesses próprios e superficiais, a estagnação.
· Integridade vs Desespero (dps dos 65 anos): vertente positiva à quando se considera positivo o que se viveu e se compreende a sua existência ao longo das várias idades. Vertente negativa à advém quando se renega a vida, mas se sabe que já não se pode recomeçar uma nova existência.
v DESENVOLVIMENTO E A SOCIALIZAÇÃO
Relação Mãe/Bebé à As características desta relação no primeiro ano de vida, vão ter grande importância no desenvolvimento futuro da criança: personalidade, auto-estima, confiança em si próprio. Poderemos dizer que o bebé, antes de nascer, se relaciona com a mãe. Ele influencia e é influenciado pelo mundo envolvente.
Todas as mães falam a “linguagem do bebé”. O bebé nasce com capacidades que lhe permitem ser activo no relacionamento humano. Está provado que o bebé distingue a voz da mãe da das outras pessoas, reconhece o seu odor e que, ao fim do primeiro mês, reage ao seu próprio nome, quando pronunciado por ela.
Sorriso à é a primeira manifestação comportamental activa e intencional, desenvolvida na comunicação mãe/filho. É um comportamento que une o fisiológico e o emocional.
Vinculação à Necessidade de estabelecimento de contacto e de laços emocionais entre o bebé e a mãe e outras pessoas próximas, como um fenómeno biologicamente determinado. É uma necessidade como comer.
Experiências etológicas à a procura de contacto corporal e de proximidade física são mais importantes que a necessidade de alimentação. Esta necessidade de agarrar, estar junto à mãe, vai ser designada como o contacto do conforto.
v ADOLESCÊNCIA
Época marcada por profundas alterações/ transformações. É difícil delimitar etariamente o início/ fim da adolescência. Já não é criança, mas ainda não é adulto. Existem imensos preconceitos.
A adolescência é um espaço/ tempo onde os jovens através de momentos de maturação diversificados fazem um trabalho de reintegração do seu passado e das suas ligações infantis, numa nova unidade.
O adolescente quer crescer, mas tem tendência para regredir. O jovem está associado a preconceitos como vandalismo/ droga/ delinquência.
São-lhe exigidas autonomia e responsabilidade. Esta situação reflecte-se com expressões contraditórias e paradoxais. A adolescência não é obrigatoriamente uma fase perturbada, dado que grande parte dos problemas são ultrapassados.
A adolescência começa com transformações probletárias e termina com a construção de uma autonomia e identidade.
v ADOLESCÊNCIA E DESENVOLVIMENTO
Aspectos fisiológicos à numa fase de pré-puberdade, que dura +- 2 anos, ocorrem mudanças corporais que preparam as transformações fisiológicas da puberdade.
Aspectos afectivos à as transformações corporais levam o jovem a voltar-se para si próprio, procurando perceber o que se está a passar, para se entender mais profundamente enquanto pessoa. Alguns adolescentes fecham-se muito sobre si próprios, comunicando pouco com os adultos. O adolescente tem de assumir uma imagem corporal sexualizada, o que não é sempre fácil. A forma como cada um se autopercepciona (auto-conceito) e o modo como gostamos de nós (auto-estima) são muito influenciados pelo meio em que se vive, a maneira como se é representado e aceite por outros.
Aspecto intelectuais à A adolescência é uma fase em que se obtém uma maturidade intelectual. O pensamento formal vai abrir novas perspectivas. O raciocínio hipotético-dedutivo é uma arma poderosa nas opções profissionais e caminhos que se aspiram. O exercício destas novas capacidades cognitivas de abstracção, pode permitir uma distância relativamente aos conflitos emocionais. Volta a reaparecer o egocentrismo intelectual.
Aspectos Sociomorais à O jovem vai interessar-se por problemas éticos e ideológicos, debate-os, faz opções e constrói os valores sociais próprios. São hoje muito referenciados os problemas sobre a aquisição de estatuto de “jovem adulto” e a sua relação com o prolongamento do tempo de escolaridade.
v CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE
Erikson fala-nos que o sentimento de identidade é o sentimento intrínseco de ser o mesmo ao longo da vida, atravessando mudanças pessoais e ocorrências diversas.
É frequente a existência de crises neuróticas e psicóticas caracterizadas por um isolamento psicossocial profundo e mecanismos defensivos.
A amizade é muito investida ao nível dos afectos (melhores amigos = espelho). Erikson refere a certeza que o grupo pode trazer às incertezas do adolescente.
O processo de identificação está, nesta fase da adolescência, relacionado com um processo de diferenciação à autonomização.
v MOTÓRIA PSICOSSOCIAL
Esta motória é “um compasso de espera nos compromissos dos adultos”. É um período de procura de alternativas e de experimentação dos papéis que lhe vai permitir um trabalho de elaboração interna.
Também se pode considerar como moratória sexual-afectiva à o tempo de namoro, dos flirts, dos pequenos e grandes investimentos amorosos, que permitem vivências e experiências antes de se definirem orientações sexuais e se poder fazer escolhas amorosas para uma ligação perspectivada com estabilidade e durabilidade.
Muitos adolescentes têm uma evolução “truncada” por terem entrado de forma demasiado rápida na vida adulta sem se terem permitido um amadurecimento anterior.